No último sábado, 12 de outubro, o entretenimento do SBT ganhou um impulso significativo com o retorno do icônico seriado Chapolin. Exibido apenas para a Grande São Paulo, o programa protagonizado por Roberto Bolaños elevou a audiência da emissora em 41%, garantindo ao canal da família Abravanel a vice-liderança no horário, superando a Record. A data, que coincidiu com o Dia das Crianças, foi marcada pela nostalgia e pelo carinho do público pela série clássica, proporcionando uma experiência de entretenimento nostálgica para todas as idades.
Mesmo com os desafios, como o apagão em São Paulo que deixou mais de 2 milhões de clientes da Enel sem luz desde a noite de sexta-feira (11), o Chapolin manteve sua força como entretenimento de qualidade. A atração alcançou 10,5% de sintonia nos lares da capital paulista, registrando uma média de 3,8 pontos no Ibope entre 13h20 e 14h00. Em comparação com os quatro sábados anteriores, o SBT, que vinha registrando uma média de 2,7 pontos com o Programa Raul Gil, viu que a escolha por um conteúdo especial para o Dia das Crianças foi uma estratégia de entretenimento certeira.
Enquanto isso, o Balanço Geral, da Record, apresentado por Willian Leite, enfrentou queda de audiência. A atração obteve uma média de 2,6 pontos durante o horário de exibição de Chapolin, registrando uma perda de 21% de seu público em relação aos quatro sábados anteriores. A liderança permaneceu com a TV Globo, que, com o Globo Esporte e o Jornal Hoje, atingiu uma média de 10,5 pontos.
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O pico de audiência de Chapolin, que chegou a 4,3 pontos às 13h58, destacou o impacto do retorno do herói vermelho como um símbolo do entretenimento. Na Grande São Paulo, cada ponto de audiência representa a sintonia de 73.280 domicílios e cerca de 191.480 indivíduos, reforçando a capacidade do programa de atrair espectadores, mesmo diante de adversidades, mantendo seu status como um marco na história da televisão.
Esse retorno de Chapolin evidencia que, mesmo em tempos de mudanças tecnológicas e novos hábitos de consumo de entretenimento, o carisma e o humor simples de Bolaños ainda têm um lugar especial no coração dos brasileiros. Em uma data especial como o Dia das Crianças, a nostalgia por trás do personagem traz um sentimento de alegria e memórias afetivas, mostrando a relevância de clássicos no mundo do entretenimento.
A criação do Chapolin Colorado, um dos personagens mais icônicos do entretenimento televisivo, nasceu da mente brilhante do comediante e escritor mexicano Roberto Gómez Bolaños, conhecido como Chespirito. O personagem foi criado em 1970, durante um período em que Bolaños já fazia sucesso com suas esquetes humorísticas na TV mexicana. A ideia do Chapolin surgiu como uma forma de parodiar os super-heróis norte-americanos que, na época, dominavam o cenário de entretenimento nas telas de TV e nos quadrinhos. Porém, ao invés de um herói invencível e poderoso, ele criou um protagonista atrapalhado, mas com um grande coração.
O nome “Chapolin” foi inspirado em uma espécie de gafanhoto nativo do México, conhecido como chapulín, enquanto “Colorado” se refere à cor de seu traje vermelho, marcando a aparência distinta do personagem. O Chapolin vestia um uniforme simples, com antenas na cabeça, um coração amarelo estampado no peito e carregava sua inseparável marreta biônica, a "Marreta Biônica". Embora seus poderes fossem limitados e seu jeito, muitas vezes, desastrado, o personagem sempre enfrentava os vilões com bravura, conquistando a simpatia de quem buscava um entretenimento leve e divertido.
O primeiro episódio de Chapolin foi ao ar pela Televisa em 1970, dentro do programa Chespirito. A série logo ganhou destaque por subverter os clichês dos super-heróis. Ao contrário dos personagens com força sobrenatural ou habilidades especiais, o Chapolin era inseguro, tímido e cometia erros frequentes. Sua famosa frase “Não contavam com minha astúcia!” mostrava que, mesmo com suas limitações, ele encontrava soluções para ajudar quem precisava, garantindo risadas e um entretenimento genuíno.
No México, a popularidade de Chapolin foi instantânea, e a série ganhou seu próprio programa independente em 1973, permanecendo no ar até 1979. Durante esse período, cada episódio misturava comédia com pequenas doses de aventura, colocando os personagens em situações absurdas e cômicas. A série também fazia críticas sociais e políticas, utilizando o entretenimento para abordar temas como desigualdade e corrupção.
O sucesso de Chapolin se expandiu rapidamente para além das fronteiras mexicanas. Em 1981, a série começou a ser exibida em outros países da América Latina, como Brasil, Venezuela, Chile e Peru, conquistando milhões de espectadores. No Brasil, o personagem foi apresentado ao público pela TVS, futuro SBT, no início dos anos 1980, onde rapidamente se tornou um fenômeno de entretenimento. As dublagens em português, realizadas pela equipe de Herbert Richers, contribuíram para a popularidade do programa, com adaptações que capturavam o humor mexicano de forma peculiar.
A abordagem única de Chapolin manteve-se relevante ao longo das décadas. O personagem continuou a ser retransmitido em vários países e seu legado permanece forte até hoje, com memes, referências em redes sociais e uma legião de fãs que se divertiu com as aventuras do “herói” mais atrapalhado da TV. Mesmo com suas imperfeições, o Chapolin traz uma mensagem valiosa: o verdadeiro heroísmo está na coragem de enfrentar desafios, mesmo quando as chances são desfavoráveis.
Ao longo dos anos, o legado de Chapolin influenciou a cultura pop e o entretenimento televisivo, sendo reconhecido como um dos maiores personagens da história da Televisa. Roberto Gómez Bolaños, que faleceu em 2014, deixou uma marca indelével na comédia mundial, e o Chapolin consolidou-se como um símbolo de resistência, humildade e generosidade. A série contínua sendo transmitida e apreciada por novas gerações, comprovando que, mesmo décadas após sua criação, o personagem ainda consegue proporcionar um entretenimento de qualidade, arrancando risadas e deixando uma mensagem positiva para todos que acompanham suas aventuras.